Diálogos e pontes (2018)

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Dialogues and Bridges

It is the river itself that bridges the gap
between the mountain and the sea.
Revolving journey, suggesting distance,
between head and heart and you and me.
It was all a mere illusion,
we found out in the end,
Apparent separation…
only by a painted hand!
The left hand didn’t reckon,
what the right was doing then.
Nor that god was on his cloud
reaching out for mortal man.
Yet, together held in prayer,
we found to our surprise,
left or right, it does not matter,
are as One in paradise.
The muze amazed with wonders well,
the maze amused with time to tell,
she seas it clear, she feels it deep…
when water mirrors clouds on top
reflections from above
and finds the ocean in a drop,
…that all is made of love…

Inez Wijnhorst 2018

From both sides, the bridge is made through mutual recognition, by aiming for a common center where all differences will dissolve.

Michelangelo created this magical point, as he painted the stretched arms of God and Adam, reaching out for each other. He suggests the possibility of their fingers lightly touching, making a bridge between Heaven and Earth.

But where does or our attention go? To God? Far away, in the sky, sitting on a cloud made of thoughts and held by angels as not to fall? Or do we look at Man? Stuck on earth, seemingly not having the will to make a big effort to get up and touch the hand of God. Or maybe, we are looking at the empty space between their fingers? The invisible and intangible center, that serves as a space for dialogue between both of them.  A powerful moment where we can almost feel a spark!

…However, the void is an illusion…

God and Man are not seperated. The painting is all made of the same substance.
By observing closely, we see that the space
between their fingers is as full of paint as
their painted hands.


É o próprio rio que faz a ponte
entre a montanha e o mar,
e ao mover mundos e fundos,
no seu leito a murmurar,
descobre grandes oceanos,
feitos nuvens, feito ar
…afinal a ponte não é preciso,
e foi tudo ilusão,
que as duas mãos criaram:
aparência e separação.
Mas enquanto o lado esquerdo,
não sabe o que o direito faz,
construímos diálogos e pontes
da cabeça e do coração.
Ainda que para estes,
Não lhes resta outra solução
do que faze-las sentir juntas

,…as mãos…
em prece e oração
.

Inez Wijnhorst
2018

Link para: TEXTO COMPLETO

A partir das duas margens a ponte é feita de um mútuo reconhecimento, ao ir em busca de um centro comum onde todas as diferenças se dissolvem.

Miguel Ângelo criou este ponto mágico, ao pintar os braços esticados de Deus e de Adão no alcance um do outro, sugerindo a possibilidade dos dedos se tocarem levemente para fazer uma ponte entre a terra e o céu.

Para onde olhamos? Para Deus? Longe, no céu, na sua nuvem em forma de pensamento, assegurado pelos anjos para não cair? Ou olhamos para o homem? Preso na terra, parecendo não querer fazer grande esforço para se levantar e tocar na mão de Deus. Ou talvez olhamos para o espaço vazio entre os dedos? O centro imaterial e invisível que serve como um espaço de diálogo entre os dois. Um momento poderoso, que quase dá faísca.

No entanto, este vazio é ilusório. Deus e o Homem não estão separados. A pintura é toda feita da mesma substância. Visto de perto, o espaço entre os dedos está tão cheio de tinta como as próprias mãos…


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